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ULI, DE MEI ULI RICHTER, FALA SOBRE OS SEGREDOS DE SUA PROFISSÃO

Interview
- Qual é a sua história pessoal? Como você se tornou proprietário ou gerente do negócio?
- Minha mãe gostava de empreender, pois precisava complementar a renda que meu pai (como bom caminhoneiro devedor de duplicatas de pneus) conseguia, então pelo menos uma vez por mês ele conseguia passar por São Paulo (25 de março) e levava lingeries que era a 'paixão' das operárias que ela visitava; eu ajudava, transportando sacolas de roupas no guidão e bagageiro da bicicleta (que com um empurrão embalava e eu conseguia manter o equilíbrio, rsss), pois ela ia revender em um bairro distante do centro de Joinville - SC, e creio que isso influenciou bastante esse meu gosto por empreender, não que eu não tenha trabalhado com carteira registrada, mas sempre dava um jeito de fazer algo por conta própria e ter uma renda extra. Muitas experiências depois e com a necessidade de apresentar um documento fiscal (NF) (pois recibo de autônomo não era suficiente) decidi por oficializar as atividades, aproveitando a oportunidade para ser um MEI, pois com um CNPJ a relação com os fornecedores mudou bastante.
- O qué é o que os clientes exigem atualmente?
- Os clientes são os mesmos exigentes de sempre, muita qualidade com pouco custo, o que é um desafio constante nessa prática profissional, o que mudou um pouco ("bastante"), são as novas tecnologias aplicadas aos produtos, e novas técnicas demandadas para o profissional de serviços (facilities services), das lâmpadas de filamento para 'leds', do tanquinho de roupas para máquinas programadas eletronicamente, de uma máquina de escrever 'Remington' ou Olivetti manual, para uma IBM elétrica e agora impressora, de uma tinta de cal com impermeabilizante a base de sal para um látex anti-mofo, dos canos de ferro para canos que nem de cola precisam mais, de u correio que demorava semanas para um SMS, mas o bom e antigo móvel de madeira maciça ainda ganha em muito dos aglomerados de hoje em dia, e quem discute que um relógio Cuco é muito mais bonito e gostoso de escutar do que o constante TecTecTecTec das maquininhas de pilha de hoje.
- Qual é sua dica para sobreviver à crise?
- Ser perseverante sem ser teimoso, procurar atender o cliente da melhor maneira possível para fidelizá-lo, e tornar ele um propagandista do teu produto ou serviço, nem que para isso demande mudança de ramo de atividade se 'aquela' opção de negócio não atende mais as necessidades, providenciando um novo fornecedor dos serviços que não vai mais atender ou procurar novos fornecedores para substituir 'produtos antigos' por novos e melhorados, atentando à demanda de mercado, para permanecer 'na moda'; (não é fácil); um outro cuidado, é se precaver contra um negócio mal feito (passo maior que a perna), e desconfiar dos 'negócios da China' ou tentar 'o sonho americano', não funciona no Brasil.
- Quais são as marcas que você vende mais em seu negócio (ou você usa para fornecer os seus serviços) e por quê?
- É claro que as marcas 'consolidadas' geram um certo conforto ao profissional de serviços, pois pode contar com uma garantia de 'pós venda' o que diminui o porcentual de risco (precisar de atendimento de garantia), mas sempre que possível, procuro novos fornecedores e não tenho medo de gastar um pouco para testar o produto antes de o recomendar para o cliente, mas claro é também, que, é necessário observar as condições financeiras de cada caso, para poder realizar uma negociação do tipo 'ganha ganha'; posso citar como exemplo, um serviço temporário, que necessariamente não precisa de produtos da melhor qualidade e nem do melhor profissional do ramo, onde um aprendiz consegue resolver (não se usa látex para demarcar uma guia de sarjeta, usa-se a cal, mas se a ocasião exigir, e houver ameaça de chuva torrencial, é claro que usaria até mesmo esmalte sintético, mas não precisaria ser da melhor marca, mas sim do melhor preço e rendimento de cobertura). Creio que todas as marcas tem seu potencial e sua competência de produto dimensionada para um propósito, é preciso que o profissional tenha plenos conhecimentos do que irá realizar. Exige certo tempo de experiência para conseguir tal feito, pois não existe escola ou curso que capacite um elemento de pronto.
- Qual é a última coisa que você tem feito para se diferenciar da concorrência?
- Estou me graduando em Administração na Fappes (graduação aos 60anos em 2018), para preencher umas lacunas imaginárias que penso ter nessa área, o que tem me deixado bastante inquieto, pois a cada semestre vejo 4 a 5 possíveis negócios diferentes que poderia implementar ao mercado (o que me deu a certeza de ser um empreendedor), mas quero ver o que mais vou conseguir aprender antes do final do curso (fidelidade ao plano de desenvolvimento traçado), em suma: melhorando minha base de dados, ampliando conhecimento, alargando horizontes.
- Você sempre realizou a sua atividade atual? Você se desenvolveu em outro ramo de atividade?
- Diria que SIM; mantive uma linha central de atuação como a elétrica (no meu caso), abandonei alguns serviços mais pesados, o que foi uma 'briga e tanto' reduzir de 25 tipos de atuação para apenas 16 CNAE, levei quase 3 meses para conseguir harmonizar as atividades de serviço, comércio, manufatura e não poderia deixar de fora o recupero (tipo de reciclagem sustentável, já que prezo pelo 'conserto' e vez da mera substituição), e apesar de abandonar algumas atividades rentosas, optei pelas que mais poderiam se encaixar para minha nova realidade (depois de formado).
- Qual é o tipo de cliente que você tem?
- Na grande maioria são clientes que vem por indicação, vizinhos dos que já me conhecem, parentes destes (nem todos), outros que procuro me apresentar, para poder resolver algum 'desafio', mas não há faixa etária, é uma criança que quer montar um brinquedo, ou uma pessoa idosa que gosta do seu pertence, mesmo uma causa social. Mas de preferência é aquele cliente que não tenha fama de mal pagador, procuro saber quem é meu cliente já na primeira entrevista, para poder preservar minha profissão.
Autor: Uli