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SILVIO , DE DOCES VÓ CLARINHA (QUINDIM), FALA SOBRE OS SEGREDOS DE SUA PROFISSÃO

Interview
- Qual é a sua história pessoal? Como você se tornou proprietário ou gerente do negócio?
- Bem, vou tentar ser sucinto. Sou formado em Engenharia Industrial e atuei na área até 1998, em 1999 após um choque de um pássaro com o avião em que eu me encontrava na volta de Saint Marteen, abandonei tudo e resolvi trabalhar com lazer, conheci um esporte (na época totalmente desconhecido), o Enduro a pé (trekking de regularidade) e resolvi aproveitar meus conhecimentos de treinamento corporativo e as técnicas do Enduro a Pé e atuei como precursor da modalidade no país, introduzindo e ajudando a introduzir circuitos por todo o Brasil, isso durou até 2007 quando tive minha empresa (em MG) roubada por um ex sócio. Meio que desiludido com o acontecido fiquei desde 2007 a 2012 auxiliando organizadores amigos em SP, RJ, ES com trabalhados semelhantes, cheguei a abrir uma nova empresa de eventos agora aqui em Alumínio, porém logo que da abertura da mesma fui convidado por uma conhecida a auxiliar a introdução de um contrato da TOP SERVICE dentro da CBA, o que iria durar alguns meses, mas atuei lá por 1 ano até o contrato vingar. Assim que me desliguei em 2013 comecei a retomar os eventos fechando parceria com a Anda Brasil, organizando caminhadas na Natureza, mas este tipo de evento por suas diretrizes internacionais (IVV), não possibilita ganhos suficientes e acabei por buscar opções para complementar minha renda. Voltar para a Engenharia estava fora de cogitação após tantos anos, mas uma coisa que sempre foi um Hobby de repente me pareceu ser uma boa opção..."cozinhar". Fiz algumas pesquisas na internet para ver possibilidades e de repente uma luz ao ver uma matéria me mostrou um caminho...resolvi testar algumas receitas e uma receita em especial me pareceu interessante, após alguns meses de testes e mais testes aperfeiçoando sabor e visual, acabei por decidir me aprofundar mais e saí em busca de informações, mais conhecimento e opiniões de Chef´s renomados sobre meu produto. Levei um susto ao ver a aceitação, elogios e incentivos de todos no sentido de que eu deveria pensar seriamente em abrir uma MEI e colocar meu produto no mercado. Então lá fui eu, abri a MEI, comecei a produzir, melhorei a embalagem, padronizei o produto, planilhei custos e saí para as ruas em busca da clientela, com o auxílio de meu sócio nos eventos, que se tornou meu único vendedor (até agora).A empresa esta situada na minha chácara tem menos de 1 ano, produzo e vendo cerca de 1200 doces/mês. Tenho atualmente capacidade de produzir até 7200 doces/mês, ou seja meu gargalo atualmente é vendas, hoje busco vendedores que sejam parceiros e cresçam junto com a empresa que tem um enorme potencial, graças ao bom preço e excelente qualidade do produto. A propósito fabrico "QUINDIM", considerado por muitos como um dos doces mais difíceis de fazer, o que não é verdade, apenas é trabalhoso e precisa de amor e carinho para ficar bom.
- O qué é o que os clientes exigem atualmente?
- O cliente hoje busca sempre, bons preços, ótima qualidade, garantias de procedência (higiene) principalmente quando se trata de alimentos e informação confiável. Se for cliente pessoa jurídica busca além de tudo isso prazo de entrega e responsabilidade por parte do fornecedor.
- Qual é sua dica para sobreviver à crise?
- Crise é sempre uma situação ruim, vem sendo neste segmento uma novidade para mim, mas talvez minhas experiências de vida em outros segmentos me ensinaram que calma, bom senso, negociação e boas parcerias ajudam muito nestes momentos. Toda crise passa em determinado momento, portanto o negócio pode regredir algumas vezes, mas é como diz o ditado, "um passo para traz para poder dar dois para frente". Não existe receita pronta para nada, muita gente já ganhou muito dinheiro em crises, é preciso ser criativo e jamais entrar em desespero.
- Quais são as marcas que você vende mais em seu negócio (ou você usa para fornecer os seus serviços) e por quê?
- Tenho por enquanto apenas um produto sendo produzido e vendido, foi uma estratégia pensada para focar e centralizar forças neste primeiro momento, para depois diversificar um pouco mais. O produto que vendo é o que eu produzo com poucos ingredientes, dois porém são ingredientes básicos que dão muita qualidade ao meu produto, o Coco (Itacoco) e a Gema (Maxiovos). O coco precisa ter certas características, difíceis de achar no mercado e a gema pasteurizada de ótima procedência é o que dá garantia de saúde.
- Qual é a última coisa que você tem feito para se diferenciar da concorrência?
- Aprendi na vida e em todos os trabalhos que realizei, que meu concorrente não é quem produz o mesmo produto que eu, mas sim o que leva meu cliente a buscar outras opções que não meu produto, ou seja se eu vendo pastel, meu concorrente não é outro pasteleiro que atraí mais clientes, mas sim o médico de SPA que diz ao meu cliente que ele deve parar de comer pastel. Se eu tenho um restaurante, meu concorrente pode ser ou não um show, isso é muito relativo. Existe mercado e cliente para tudo e todos, só precisa ter qualidade, preço justo e se fazer conhecer, talvez este último o grande desafio.
- Você sempre realizou a sua atividade atual? Você se desenvolveu em outro ramo de atividade?
- Como contei no começo. Não, já atuei em várias áreas Engenharia, Organização de Eventos, Gestão de pessoal, etc...mas cozinha sempre fez parte de minha vida...quando jovem levava grupo de 40, 50 amigos para viagens onde eu é quem ia para a cozinha...eu organizava bailes e festas onde a culinária era sempre encarada como atrativo. Mesmo assim ainda organizo eventos, mas agora com menos frequência, pois a cozinha passou a ser prioridade.
- Qual é o tipo de cliente que você tem?
- Todo tipo desde crianças, jovens e idosos a bares, restaurantes, churrascarias, buffets, rotisseries, docerias, padarias, mercados, funcionários de empresas, etc. O Quindim é um doce mágico, bem feito cativa até quem acredita não gostar. Durante anos a cultura da magreza extrema deturpou a imagem do doce, hoje ainda existe resistência de muitos que criaram uma imagem ruim do doce devido a terem provado quindins mal feitos, mas isso muda completamente quando a pessoa opta por tentar novamente experimentar e se surpreende com a explosão de sabor na boca.
Autor: Silvio