MATEUS TAKANO, DE GENGHIS KHAN NABEMONOS, FALA SOBRE OS SEGREDOS DE SUA PROFISSÃO
- Qual é a sua história pessoal? Como você se tornou proprietário ou gerente do negócio?
- Meu nome é Mateus Takano, sou bacharel em Direito pela UnB e tecnólogo em Gastronomia pelo IESB. Seguindo os conselhos e a preocupação de meu pai, entrei no curso de Direito com 18 anos de idade, quando ainda não tinha ideia do que queria fazer com a minha vida. Não tive muita afinidade com o meio de trabalho, estive constantemente incomodado e sofri várias crises de depressão, até que minha mãe, preocupada, me falou que ia pagar para eu fazer o curso de Gastronomia, algo que até então era um hobby, ainda que frequente. Advoguei por apenas 10 meses, já planejando minha saída e a incursão no mundo dos restaurantes. Quando vi a pouca credibilidade que me fora depositada no meio gastronômico enquanto permanecia como advogado, decidi largar tudo e saí na rua com um currículo zerado, batendo de porta em porta para pedir uma vaga de estágio. Tive a sorte de encontrar o chef Alexandre Albanese enquanto almoçava. Contei minha história e, intrigado, ele decidiu me dar uma oportunidade e me chamou para um teste, em uma sexta-feira à noite. Foi uma experiência indescritível! Dei o meu máximo, sempre tentando entender cada pequena engrenagem daquele lugar que, diferentemente do padrão da cidade, ergueu-se do nada, sem grandes investidores e sem apadrinhamento, nas costas da pessoa que mais admiro no cenário gastronômico de Brasília. Saí do estágio deixando muitos amigos no Nossa Cozinha, já com o objetivo de abrir o Genghis Khan. Comecei a planejar o restaurante e aproveitei essa tarefa para fazer meu trabalho de conclusão de curso na Gastronomia. Antes mesmo de me formar, comecei as obras e dei andamento a todos os projetos necessários. Tentei carregar um sócio que trabalhasse comigo, mas o volume de trabalho sufocante espantou meu antigo sócio. Sem comer e sem dormir, carreguei o restaurante nos primeiros meses, até que o trabalho começasse a se acertar, quando finalmente pude recuperar um pouco da minha saúde e focar nas vendas necessárias para a viabilidade econômica do restaurante.
- O qué é o que os clientes exigem atualmente?
- O que o mercado de restaurantes parece exigir, no fim das contas, é status. Existem várias demandas, mas todas elas convergem para esse ponto de alguma forma. Decidir atender às demandas ou não é uma questão de descobrir um caminho economicamente viável para elevar o status do estabelecimento.
- Qual é sua dica para sobreviver à crise?
- Como disse Robert Kiyosaki, crise é a mudança gritando para acontecer. É preciso questionar os padrões e promover mudanças. Meu empreendimento ainda é novo e ainda não passei por uma crise para dar uma dica pessoal. Mas acredito muito nisso e é assim que estou tentando sobreviver.
- Quais são as marcas que você vende mais em seu negócio (ou você usa para fornecer os seus serviços) e por quê?
- Algumas marcas fazem autovenda, você não precisa fazer nada além de disponibilizar. É o caso dos refrigerantes que lideram o mercado. Fora isso, utilizo muito a Suntory pelo status da marca e por ser um produto com plena afinidade com o tema do restaurante. No mais, tento promover a minha marca, pois o restaurante é extremamente original e quase tudo foi inventado por mim.
- Qual é a última coisa que você tem feito para se diferenciar da concorrência?
- Estou promovendo a expansão do cardápio e abrindo opções, mas todas com o requisito de ser diferente do que os outros oferecem, assim como é todo o restaurante.
- Você sempre realizou a sua atividade atual? Você se desenvolveu em outro ramo de atividade?
- Como relatei, eu era advogado.
- Qual é o tipo de cliente que você tem?
- Idade por volta dos 30, maioria classe B+ ou A-, maioria mulheres, muitas pessoas que gostam de cozinhar, muitos fãs de cultura japonesa, muitas pessoas que procuram sobremesas diferentes.